INDICADORES DE TRANSFORMAÇÃO MALIGNA EM DESORDENS ORAIS COM POTENCIAL DE MALIGNIZAÇÃO

Resumo: Introdução: As desordens orais com potencial de malignização (DOPM) incluem diversas doenças da boca com risco variável para transformação maligna. A eritroplasia e a leucoplasia verrucosa proliferativa apresentam as maiores taxas de transformação maligna, enquanto que a queilite actínica e o líquen plano oral apresentam as menores taxas. Para todas elas é necessário um longo período de tempo para que ocorra a transformação em carcinoma, geralmente o carcinoma espinocelular ou um subtipo deste, o carcinoma verrucoso. A leucoplasia é a DOPM mais comum. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS) pode ser definida como uma mancha ou placa branca, não removível à raspagem, que não pode ser caracterizada clínica ou patologicamente como qualquer outra doença. Esta pode ser classificada clinicamente, como leucoplasia inicial ou delgada, homogênea ou espessa, granular, verruciforme, verrucosa proliferativa (LVP) e eritroleucoplasia. Há dificuldade na definição do prognóstico das DOPM, ainda não é possível determinar com precisão quais pacientes irão desenvolver carcinoma, sendo o diagnóstico da DOPM um facilitador do diagnóstico precoce do carcinoma, uma vez que o paciente terá a oportunidade de ser acompanhado clinicamente com mais rigor. O indicador mais utilizado, ainda é a presença de displasia epitelial, contudo há grande subjetividade em sua avaliação. Levando-se em conta essa dificuldade de prognóstico, o potencial de malignização e a alta prevalência das leucoplasias orais e o alto potencial de transformação de outras DOPM, exige-se ao profissional cirurgião-dentista maior atenção ao exame físico para identificação da lesão, bem como do momento adequado e área mais indicada para realização de biópsia, levando ao diagnóstico preciso. Objetivo: O objetivo desse estudo será acompanhar os casos de leucoplasia oral, eritroplasia, líquen plano, lesão liquenoide e leucoplasia verrucosa proliferativa atendidos no Curso de Odontologia da Universidade Federal do Espírito Santo para determinar quais fatores estão envolvidos na progressão para carcinoma de células escamosas de boca. Metodologia: Os casos de DOPM atendidos e diagnosticados no Curso de Odontologia da UFES serão identificados e acompanhados para identificar possíveis fatores relacionados à transformação maligna para carcinoma. Serão coletados os dados sócio-demográficos (sexo, raça, idade, escolaridade), fatores de risco (uso de tabaco, uso de álcool e exposição solar) e clínico-patológicos (local da lesão, tamanho da lesão, tempo de evolução do diagnóstico até a última consulta, diagnóstico histopatológico, presença e grau de displasia, gradação histopatológica dos carcinomas, em caso de transformação maligna, tratamentos prévios, recidivas). Serão feitos registros fotográficos das lesões a cada consulta. Os pacientes serão acompanhados trimestralmente, semestralmente ou anualmente, conforme a gravidade das lesões. Todos receberão orientações quanto à adoção de hábitos de vida saudáveis e a necessidade de abandonar fatores de risco, como o uso de tabaco e álcool. Será feita a coleta para análise de micronúcleo no local da lesão e na mucosa aparentemente inalterada a cada consulta do paciente. Os dados serão tabulados e será feita análise descritiva e estatística para verificar a associação das características estudadas com cada tipo de lesão, bem como com o potencial desfecho (transformação maligna). Resultados esperados: Espera-se encontrar associação das características clínico-patológicas e da análise de micronúcleo que possam explicar os diferentes potenciais de transformação maligna nas DOPM frequentemente diagnosticadas nas Clínicas de Estomatologia do Curso de Odontologia da UFES.

Data de início: 24/06/2024
Prazo (meses): 96

Participantes:

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Coordenador	DANIELLE RESENDE CAMISASCA BARROSO