Etiopatogênese das doenças da boca

Projetos incluídos na linha de pesquisa "Etiopatogênese das doenças da boca"

 

Doenças fúngicas da cavidade bucal

Responsável: Profa. Tânia Regina Grão Velloso

As doenças fúngicas afetam 300 milhões de pessoas no mundo, segundo dados do Fundo Global de Ações contra Infecções Fúngicas. As sequelas decorrentes dessas doenças são variáveis, podendo comprometer a capacidade laboral e levar ao óbito, envolvendo custos com o tratamento que superam 400 mil por paciente; configurando-se em problema econômico e de saúde pública. No presente projeto, serão desenvolvidos estudos com foco em duas importantes micoses orais, a Paracoccidioidomicose (PCM) e a Candidíase Oral. Doenças causadas por Candida não se limitam a infecções superficiais e podem acometer órgãos ou atingir a corrente sanguínea, gerando um quadro de candidíase invasiva, que possui alta taxa de morbimortalidade. Nos últimos anos observa-se um aumento de infecções ocasionadas por espécies não-albicans, ainda em investigação da etiopatogenia, mas acredita-se que a resistência intrínseca ou adquirida dessas espécies frente aos antifúngicos disponíveis exerça papel importante para essa mudança. A investigação das espécies que acometem as diversas patologias orais e respectiva susceptibilidade aos antifúngicos disponíveis contribui para o manejo correto de cada patologia, evitando que o uso indiscriminado de antifúngicos promova o surgimento de novas cepas resistentes. Por outro lado, a PCM, considerada doença negligenciada, é uma micose profunda grave causada pelo fungo dimórfico Paracoccidioides. A espécie mais comum é o P. brasiliensis, porém recentemente foi descoberta uma nova espécie, o P. Lutzii, cujo perfil clínico ainda não está definido. As pesquisas envolvem formas de diagnóstico precoce, aprimoramento de testes laboratoriais para diagnóstico e identificação de resistência à antifúngicos. O objetivo geral, neste projeto, é estudar a prevalência, incidência e fatores de risco para doenças fúngicas da cavidade bucal.

 

Epidermólise bolhosa no Espírito Santo: Caracterização sociodemográfica, avaliação de alterações na mucosa oral e de parâmetros salivares

Responsável: Profa. Letícia Nogueira da Gama de Souza

A epidermólise bolhosa (EB) é uma doença hereditária caracterizada por fragilidade da pele e das mucosas. Atualmente, a DEBRA Brasil estima que 52 capixabas vivem com a doença. É clinicamente heterogênea e pode gerar comprometimentos físicos permanentes e impactantes. A mutação em diferentes genes responsáveis pela formação de proteínas de adesão entre epitélio e conjuntivo é responsável pela sua diversidade. Nas manifestações mais graves, áreas de formação contínua de feridas e fibrose representam sítios favoráveis para o desenvolvimento do carcinoma de células escamosas, principal causa de morte precoce na EB. Na cavidade da boca, a EB pode provocar lesões vesiculobolhosas que variam de pequenas vesículas a grandes bolhas. Ainda, as manifestações incluem anquiloglossia, ausência de papilas na língua, obliteração parcial do vestíbulo, microstomia secundária ao processo de cicatrização e presença de mílias. A análise de aspectos citológicos, a partir de esfoliados da mucosa oral, representa bom indicador para estudo da extensão de danos ao DNA e detecção de transformações epiteliais, pelo acesso facilitado ao tecido, e amostra biológica com boa quantidade e qualidade de DNA. Assim, será realizada a avaliação de alterações nucleares (micronúcleo-mutagenicidade; cariorrese, cariólise e picnose-citotoxicidade); alterações em marcadores de progressão de lesões (proliferação- Ki67 e apoptose/supressão tumoral-p53) e integridade do DNA. Além das manifestações na mucosa oral, a função das glândulas salivares também é descrita como alterada em alguns tipos de EB, portanto serão avaliados aspectos relacionados à saliva, como volume passivo e estimulado, pH e dosagem de proteínas. O objetivo geral, neste projeto, é coletar dados demográficos, socioeconômicos e clínicos dos pacientes EB residentes no Espírito Santo.

 

Investigação de biomarcadores de progressão tumoral e prognóstico em câncer de cabeça e pescoço

Responsável: Profa. Sandra Lúcia Ventorin von Zeidler

Atualmente não existem biomarcadores que indiquem o comportamento tumoral em câncer de cabeça e pescoço (CCP), sendo o prognóstico determinado por parâmetros clínicos e histopatológicos. A heterogeneidade genética destes tumores tem dificultado a avaliação da progressão tumoral e a capacidade em predizer o potencial de transformação maligna dos tecidos de revestimento. Dessa forma, a terapia multimodal utilizada para o tratamento do carcinoma epidermoide de cabeça e pescoço é definida levando em consideração apenas os critérios clínicos e histopatológicos. No entanto, tem-se observado que a resposta ao tratamento é variada, mesmo em indivíduo com mesmo estádio clínico e tipo histológico, indicando comportamento tumoral distinto mesmo em tumores com características clínico-patológicas semelhantes. Em consequência deste modelo de terapia atual, muitas vezes os tratamentos são excessivos para alguns casos e insuficientes para outros, afetando diretamente a qualidade de vida dos pacientes e aumentando os custos do tratamento. Assim, a identificação de marcadores que definam o prognóstico em CCP é fundamental para auxiliar na conduta médica terapêutica. O objetivo geral, neste projeto, é avaliar a aplicabilidade de potenciais biomarcadores que atuem como indicadores de prognóstico em indivíduos com CCP.

 

Lesões benignas, malignas ou com potencial de malignização da região bucomaxilofacial

Responsável: Profa. Danielle Resende Camisasca Barroso

O espectro das patologias orais que se apresentam localmente agressivas é amplo e envolve neoplasias malignas e desordens com potencial de malignização, assim como cistos e tumores benignos. Tais lesões apresentam graus variados de recidiva, dificuldade de definição das margens comprometidas, necessidade de tratamentos menos conservadores, prognósticos variáveis e um rigor no acompanhamento desses pacientes, considerados fatores desafiadores para os profissionais. Os aspectos clínicos, radiográficos dessas lesões, juntamente com a caracterização histopatológica e imunohistoquímica tem contribuído para o manejo desses quadros clínicos, adicionados a ferramentas auxiliares para o diagnóstico e prognóstico. O objetivo, no presente projeto, é avaliar aspectos clínicos, radiográficos, histopatológicos, imunohistoquimicos de lesões císticas, tumores benignos, desordens com potencial de malignização e tumores malignos da cavidade bucal.

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