CARACTERIZAÇÃO SOCIODEMOGRÁFICA, CLÍNICA E ITINERÁRIA DO CARCINOMA ESCAMOCELULAR ORAL EM UM CENTRO DE REFERÊNCIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO
Nome: MARIANA BARBOSA GUIMARÃES
Data de publicação: 15/08/2025
Banca:
| Nome |
Papel |
|---|---|
| ÁGUIDA CRISTINA GOMES HENRIQUES LEITÃO | Coorientador |
| CAROLINA DUTRA DEGLI ESPOSTI | Examinador Interno |
| DANIELLE RESENDE CAMISASCA BARROSO | Presidente |
| TATIANA NATASHA TOPORCOV | Examinador Externo |
Resumo: O carcinoma escamocelular (CEC) é tipo histopatológico mais comum do câncer de oca, ocupando o 8o lugar em incidência no Brasil. O sítio mais acometido é a borda lateral de língua, causado principalmente pelo alto consumo de tabaco e álcool, e o seu diagnóstico tardio é uma das principais causas de morbimortalidade elevada entre a população. Este estudo visa analisar o perfil dos pacientes portadores do CEC oral numa população do Espírito Santo (ES), de acordo com suas características sociodemográficas, clínicas e itinerária. Trata-se de um estudo transversal, coletado através de prontuários de pacientes submetidos a tratamento para o CEC oral no período de 2015 a 2023 em um centro de referência. Análise descritiva, Teste de Qui-quadrado e Exato de Fisher foram utilizadas para análise das variáveis. Intervalos de tempos foram definidos para a investigação itinerária, bem como serviço ofertado e completude dos dados. Foram obtidos 48 casos, predominantemente homens (n=33, 68,7%), idade avançada (42 a 95 anos, média 60,7), pardos (n=33, 68,7%), tabagistas
(n=19, 39,5%) e etilistas (n=21, 43,7%), com ensino fundamental incompleto (n=15, 31,2%). A maioria (n=29, 51,7%) das lesões estavam em língua, ulceradas e nodulares (n=26, 54,1%; n=10, 20,8%). A cirurgia foi o tratamento mais usado (n=35,
72,9%), e o serviço público o mais ofertado na consulta inicial (n=44, 91,6%) e tratamento (n=47, 100%). O intervalo da detecção da lesão pelo paciente até procurar atendimento em saúde obteve mediana de 6 (de 1 a 48) meses. O intervalo até o diagnóstico obteve mediana de 0,3 (de 0 a 65,7) meses, e o intervalo até o início do tratamento foi de 1 (de 0 a 15,8) mês. Houve associação entre pardos (p=0,04) e hipótese clínica de CEC (p=0,04) com o menor período de intervalo do paciente (0- 6m), além da associação entre estágios iniciais I e II e tratamento cirúrgico (p=0,04). O perfil dos pacientes iagnosticados com CEC no ES evidenciam um padrão clássico e demonstram a relevância do serviço público. Os intervalos de tempo atendem a lei brasileira e seu estudo pode direcionar para políticas preventivas.
