PERFIL HISTOPATOLÓGICO E DEMOGRÁFICO DAS NEOPLASIAS DE GLÂNDULAS SALIVARES EM UM CENTRO UNIVERSITÁRIO DE REFERÊNCIA PARA DIAGNÓSTICO NO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO
Nome: TAINÃ FIGUEIREDO SANTOS
Data de publicação: 24/01/2025
Banca:
| Nome |
Papel |
|---|---|
| DANIELLE RESENDE CAMISASCA BARROSO | Presidente |
| FAUSTO EDMUNDO LIMA PEREIRA | Examinador Externo |
| LILIANA APARECIDA PIMENTA DE BARROS | Examinador Interno |
Resumo: Glândulas salivares constituem-se como órgãos com função de produção e excreção de saliva, podendo ser acometidas por neoplasias. As neoplasias de glândulas salivares apresentam grande variedade histopatológica e diferentes comportamentos biológicos. A presente pesquisa objetiva revisar aspectos histopatológicos, demográficos e epidemiológicos de Patológica Bucal da Universidade Federal do Espírito Santo (SAP Bucal - UFES) e na Unidade de Anatomia Patológica do Hospital Universitário Cassiano Antônio Moraes (HUCAM/ EBSERH/UFES). A metodologia consiste em um estudo observacional, descritivo e transversal, em que foram levantados casos de neoplasias benignas e malignas de glândulas salivares entre 2004 a 2022, com apresentação dos dados em forma de artigo científico. Realizou-se análises estatísticas usando os testes qui-quadrado de Pearson, exato de Fisher e regressão logística multivariada para variáveis dependentes. Foram dentificados 106 casos de TGS, sendo que destes 68, eram TGS maiores e 38 TGS menores. Destes, 23 casos foram excluídos devido a material histopatológico indisponível ou imunohistoquímico inconclusivo. Dos 106 casos, 58 (54,7%) representaram casos de neoplasias benignas, 50 (47,1%) dos casos eram adenomas pleomórficos (AP), 6 (5,6%) eram tumores de Warthin, 1 (0,9%) adenoma de células basais e 1 (0,9%) cistadenoma mucinoso. O primeiro artigo resultou em um estudo de AP de glândulas salivares maiores e menores em que a média de idade foi de 38,9 anos ± (16,2), com idade mínima de 16 e máxima de 66 para AP de glândula salivar menor. Para os AP de glândula salivar maior, a idade média foi de 42,3 anos ± (23,98), com idade mínima de 25 e máxima de 81 anos. O AP de glândula salivar maior foi mais prevalente 33 (66,0%), enquanto o AP menor tendeu a recidivas 3 (6,0%). A cobertura capsular incompleta foi mais prevalente nos AP de glândulas salivares menores, odds ratio (OR = 0,05; IC: 95%: 0,005–0,607; p = 0,01). Os AP de glândulas salivares maiores mostraram maior celularidade, representada pelo padrão em ilhas celulares (OR: 0,082; IC 95%: 0,007–0,959; p=0,046). O segundo artigo abordou acerca das neoplasias malignas de glândulas salivares. Foram encontrados 25 neoplasias malignas. Dois casos de
carcinoma de células escamosas foram excluídos por não terem origem primária em glândula salivar. Entre as neoplasias malignas, os mais frequentes foram o carcinoma mucoepidermóide, com 6 (5,6%) casos e o carcinoma adenóide cístico 4 (3,7%) casos. Entre as glândulas salivares maiores, a glândula parótida foi a mais acometida 51 (48,11%). Entre as localizações das glândulas salivares menores, o palato duro 12 (11,3%) foi o local mais frequente. A média de idade dos pacientes acometidos pelos TGS malignos foi de 54,14 ± 17,93 anos. Com base nos dados, concluímos que o maior número
de completude da cápsula foi visto nos AP de glândulas salivares maiores, apresentando chances reduzidas de recorrência em relação aos AP de glândulas salivares menores. Os TGS malignos não apresentaram diferenças em variáveis como cápsula, atipia, mitose e infiltrado inflamatório quando comparados a glândulas salivares maiores e menores.
