Manejo e Prognóstico de Pacientes Com Câncer de Cabeça e
pescoço Durante a Pandemia de Covid-19

Nome: GIULIANO LOZER BRUNELI
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 17/05/2023
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
SANDRA LÚCIA VENTORIN VON ZEIDLER Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
LILIANA CRUZ SPANO Examinador Externo
SANDRA LÚCIA VENTORIN VON ZEIDLER Orientador
TÂNIA REGINA GRÃO VELLOSO Examinador Interno

Resumo: A pandemia da COVID-19 trouxe a necessidade de implementação de diversos
cuidados para prevenir a disseminação do novo coronavírus, bem como medidas para o seu controle. Dentre as mudanças adotadas, a assistência nos diversos serviços de saúde, destacando-se os serviços de oncologia. Com o objetivo mitigar os efeitos da COVID-19 no tratamento e prognóstico dos pacientes com câncer de cabeça e pescoço (CCP) e aumentar a segurança dos profissionais da saúde, propusemos algumas mudanças dentre elas o teste para Covid-19 através da técnica RT-qPCR no Serviço de Cirurgia de Cabeça e Pescoço do Hospital Santa Rita de Cássia (HSRC) entre outubro de 2020 e novembro de 2021, e analisamos o impacto da COVID-19 no prognóstico, comparando o desfecho clínico de pacientes infectados e não infectados pelo SARS-CoV-2. O diagnóstico da infecção pelo SARS-CoV-2 foi realizado utilizando a técnica de transcrição reversa e amplificação por reação em cadeia da polimerase em tempo real (RT-PCR) previamente ao procedimento cirúrgico. Para comparar os desfechos clínicos dos pacientes quanto à presença de infecção pelo novo coronavírus, foram utilizados os fatores de prognóstico já bem estabelecidos para pacientes com CCP, como a investigação de comorbidades pré-existentes e o estadiamento clínico do tumor (Sistema TNM, 8th Ed) além da análise da carga viral dos pacientes encaminhados para quimioterapia. O teste qui-quadrado e o teste de probabilidade exata de Fisher foram utilizados para avaliar as associações entre as variáveis, enquanto a sobrevida global (SG) foi estimada e comparada utilizando o método de Kaplan-Meier e testes de log-rank, respectivamente. Dos 194 pacientes recrutados com diagnóstico de câncer de cabeça e pescoço, 99 foram submetidos a tratamento cirúrgico e foram acompanhados por até 20 meses para avaliação do prognóstico. As comorbidades mais frequentes no grupo analisado foram hipertensão arterial e diabetes mellitus. A cavidade oral e a laringe foram os sítios anatômicos mais afetados, com 51% e 33%, respectivamente. Um total de 61,6% dos casos foi classificado como T3/T4 e 53,4% não apresentaram metástase em linfonodos regionais. A presença de comorbidades e metástases em linfonodos regionais foram associadas de forma independente à redução da sobrevida global. Dos 99 pacientes, 8,1% (8/99) foram infectados pelo SARS-CoV-2. No entanto, não foi observada diferença na sobrevida global quando considerada apenas o status de infecção pelo SARS-CoV-2 (p = 0,086). A carga viral não mostrou associação
com o estado vital (p = 0,456). Portanto, concluímos que a infecção pelo SARS- CoV-2 não influenciou a sobrevida global dos pacientes com CCP incluídos neste estudo.

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