Epidermólise bolhosa na saúde oral: manifestações clínicas e alterações salivares
Nome: BRENDA LAMÔNICA RODRIGUES DE AZEVEDO
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 16/09/2022
Orientador:
Nome | Papel |
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LETICIA NOGUEIRA DA GAMA DE SOUZA | Orientador |
Banca:
Nome | Papel |
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DANIELLE RESENDE CAMISASCA BARROSO | Examinador Interno |
LETICIA NOGUEIRA DA GAMA DE SOUZA | Orientador |
LUDMILLA AWAD BARCELLOS | Examinador Externo |
Resumo: A epidermólise bolhosa (EB) é uma doença hereditária mucocutânea
caracterizada por fragilidade da pele e mucosas com formação recorrente de
bolhas. Os quatro tipos principais de EB são simples; juncional; distrófica e
Síndrome de Kindler. Todos os pacientes EB podem experimentar lesões na
mucosa oral, como eritema, úlcera, atrofia e bolhas. Contudo, a frequência,
extensão e gravidade variam de leve a grave dependendo do tipo de EB. Foi
realizado levantamento sociodemográfico, avaliação clínica da cavidade da boca e análise de aspectos relacionados à saliva de indivíduos que vivem com EB e que são acompanhados no Projeto Borboleta Azul da Faculdades Integradas Espírito Santenses (FAESA) e no Hospital Nossa Senhora da Glória. Um total de 11 pacientes (adultos e crianças) diagnosticados com EB fizeram parte da amostra, desses 27,27% eram EB simples, 63,64% EB distrófica recessiva e 9,09% EB juncional. Uma frequência de 90,90% dos pacientes com EB distrófica recessiva apresentaram lesões, enquanto no grupo EB juncional foi de 9,10%. Nenhum paciente com EB simples manifestou lesões na mucosa oral. As lesões distribuíram-se de forma semelhante entre os sexos e, os sítios mais acometidos foram os lábios (54%), palato duro (36%) e mucosa jugal (27%). Foram diagnosticadas com maior frequência a anquiloglossia, úlceras, bolhas e língua despapilada. No fluxo salivar, a comparação intragrupo revelou aumento na coleta estimulada em relação à passiva nos indivíduos controle (p = 0,0064). No grupo EB não houve diferença (p = 0,6086). Também não observamos diferenças no volume salivar entre os grupos controle e EB (p = 0,7117 e p = 0,5557, fluxos passivo e estimulado respectivamente). Pacientes que vivem com EB podem apresentar lesões orais, porém o subtipo distrófico recessivo apresentou quadro clínico grave, com alto índice de lesões na mucosa. Quanto ao fluxo salivar, não está claro se indivíduos EB estão predispostos a manifestar hipossalivação. Os achados reforçam a necessidade de acompanhamento odontológico como rotina nos cuidados multiprofissionais dos indivíduos que vivem com EB.