Análise das alterações morfológicas e vasculares exibidas por molares em desenvolvimento durante o processo de erupção dentária.

Resumo: A formação dos elementos dentários resulta de um processo de indução recíproca entre epitélio oral e o ectomesênquima subjacente. Enquanto o ectomesênquima formará a papila e o folículo dentário, a porção ectodérmica originará o órgão do esmalte, constituiído pelo epitélio interno/ameloblastos, epitélio externo, retículo estrelado e estrato intermediário. Com o avanço da odontogênese, tem início a deposição de tecidos mineralizados que atuam como barreira à nutrição das células ameloblásticas a partir dos vasos sanguíneos da papila dentária. Desse modo, o órgão do esmalte sofre um processo de involução, levando a uma mudança no padrão de nutrição dos ameloblastos, que passa a ocorrer a partir dos vasos que invadem o retículo estrelado, provenientes do folículo dentário. Essa modificação na distribuição dos capilares sanguíneos é determinante e parece estar associada à ação do fator de crescimento do endotélio vascular, VEGF, molécula associada aos processos de angiogênese. Esse fator de crescimento também tem sido apontado como importante para deflagrar os mecanismos de reabsorção óssea necessários para que ocorra o processo eruptivo, o qual avança paralelamente ao processo de odontogênese. À medida que esses elementos dentários se desenvolvem, a ossificação ocorre ao redor dos mesmos, de modo que os germes dentários encontram-se envoltos por uma cripta óssea. A erupção dentária é um processo complexo que possibilita ao dente atravessar essas barreiras teciduais até emergir na cavidade oral. A reabsorção do tecido ósseo, primeiramente, seguida do rompimento do tecido conjuntivo da lâmina própria, constituem etapas essenciais do movimento eruptivo e dependem da ação de osteoclastos e mastócitos, os quais atuam na liberação de metaloproteinases (MMPs) responsáveis pela degradação da matriz extracelular desses tecidos. A lâmina própria sofre ainda alterações vasculares mediadas pela pressão do elemento dentário sobre a mesma, reduzindo a microcirculação local. Esta pode ser analisada através da imunomarcação para a glicoproteína CD31, que evidencia as células endoteliais de capilares sanguíneos. Dessa forma, esse projeto tem como objetivo analisar as mudanças morfológicas exibidas por germes dentários durante a erupção dentária, evidenciando as alterações vasculares dos mesmos e da lâmina própria durante sua degradação, e a distribuição de mastócitos nesse tecido ao longo do processo eruptivo. Para isso, serão utilizados ratos com idades entre 02 a 16 dias, nos quais a hemiarcada direita será preparada para a obtenção de cortes histológicos. Estes serão processados para a coloração com Alcian Blue (para a detecção de mastócitos) e para a técnica imunohistoquímica, utilizando anticorpos monoclonais para MMP-2, MMP-9, CD31 e VEGF. Uma análise morfométrica das maxilas será conduzida, quantificando o número de vasos sanguíneos (imunomarcados para CD31) no retículo estrelado e lâmina própria e mastócitos (corados por Alcian Blue) na lâmina própria. Será analisada a expressão de VEGF, MMP-2 e MMP-9 nos elementos dentários e tecidos circunjacentes em cada grupo etário estudado. Esses dados contribuirão para elucidar os mecanismos que envolvem o processo eruptivo, ajudando a compreender as mudanças no padrão de vascularização do germe dentário e lâmina própria durante a erupção, bem como o papel da MMP-2 e MMP9 na degradação da lâmina própria.

Data de início: 2015-02-02
Prazo (meses): 48

Participantes:

Papelordem decrescente Nome
Aluno Mestrado Nayra de Souza Carvalho Lima
Aluno Mestrado Nathália Gonring Sandoval
Colaborador Marcos da Silva Pacheco
Colaborador Leticia Nogueira da Gama de Souza
Coordenador Karla Loureiro Almeida Coburn
Acesso à informação
Transparência Pública

© 2013 Universidade Federal do Espírito Santo. Todos os direitos reservados.
Av. Marechal Campos, 1468 - Bonfim, Vitória - ES | CEP 29047-105